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sábado, 19 de agosto de 2017

O DESAFIO DE FAZER A MUDANÇA DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA

*Fábio Ferreira Peixoto

Quando falamos de mudança, ficamos preocupados, pois o processo de transferência poderá ser traumático, se não tomarmos alguns cuidados ou não planejarmos todas as etapas da mudança. A palavra mudança, envolve vários processos como: empacotamento de objetos em sacos bolha, caixas de papelão, papel de jornal, fita adesiva para que nada se solte, contratação de caminhão, que comporte todo o volume de materiais a ser transportado, carregar os objetos para o caminhão, retirar os materiais no destino final e por fim desembalar tudo e organizar no novo espaço.


Não esquecendo ainda que, uma equipe envolvida e liderada por profissionais experientes, faz a diferença no sucesso da mudança.

E quando essa mudança envolve apenas documentos? Como fazer o planejamento? Que tipos de materiais utilizar? Como desmontar as estantes de aço? Como embalar a documentação? E depois como voltar tudo no mesmo lugar após o transporte?

Neste sentido a Acervo Organização e Guarda de Documentos, empresa especializada em Gestão da Informação e Documentação, no mercado desde 1993, desenvolveu técnicas para mudança de Arquivos e Bibliotecas, de acordo com a necessidade de cada CLIENTE, observando sempre, o cuidado especial com o acervo a ser transportado.

 O objetivo é de transportar toda a documentação de maneira que preserve o acervo de qualquer dano, bem como a ordenação inicial. Isto é, de onde o documento saiu, irá voltar novamente para o seu devido local de origem. Fazemos todo o planejamento inicial visando o endereço de origem A para o endereço de destino B e a realocação de todo o acervo.


Quais serão os tipos de materiais que acondicionarão a documentação para que nada seja danificado. O cuidado com a ordem inicial da documentação é extremamente importante, visto que, fazer uma mudança desorganizada, poderá destruir anos de trabalho. Isso é claramente visto em mudanças de bibliotecas, onde o Bibliotecário, demorou anos para catalogar, classificar, indexar e ordenar cada exemplar nas estantes.

Esse trabalho também é desenvolvido em parceria com a instituição que contrata os serviços. A ACERVO trabalha em parceria com o CLIENTE, procurando colocar em prática, exatamente aquilo que o cliente planejou para o desenvolvimento deste projeto prestando todo apoio e nossa experiência.

No último trabalho que desenvolvemos em uma Biblioteca Universitária, com acervo de 38.000 mil exemplares, o objetivo foi retirar os exemplares da Biblioteca para que a mesma fosse reformada, onde executamos todas as etapas desde o encaixotamento da documentação e transferência para um espaço  no mesmo prédio, determinado pelo cliente.

Quando a reforma da Biblioteca foi concluída, nossa equipe retornou, para reposicionar as prateleiras e os exemplares para o mesmo local de origem. Porém, houve uma alteração no leiaute das estantes da Biblioteca, foi necessário fazer o processo que chamamos de “reposicionar os livros”. Isto é, os livros de uma determinada estante não seria mais posicionados naquele local de origem, sendo necessário, redimensionar uma série de bandejas, conforme a medida dos exemplares. Ufa, no fim das contas deu tudo certo. O processo foi feito em 8 dias.

Esse processo de mudança da Biblioteca foi realizado no período de férias, o que facilitou muito o desenvolvimento do trabalho, devido ao espaço utilizado pelos alunos, foi utilizado para executar o trabalho de preparação/fechamento das caixas e transporte e das mesmas.


A experiência em várias mudanças com acervo ainda maior, facilitou o cumprimento do prazo contratado e entrega dos exemplares em ordem nas estantes, antes do início das aulas, o que deixou o CLIENTE, muito tranqüilo, que era a maior preocupação nas "volta 'as aulas" tudo deveria estar em seu devido lugar e em funcionamento normal.

Planejamento, experiência e foco nos resultados, é essencial quando falamos de mudança de Arquivo,Biblioteca ou Centro de Documentação, e uma equipe liderada por profissionais preparados para esta finalidade.

*Arquivista pela Universidade Estadual Paulista | UNESP. É Diretor de Projetos da Acervo Organização e Guarda de Documentos. Para saber mais, acesse

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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Bibliotecas públicas do Recife sofrem com situação de abandono

Estrutura danifica acervo, com janelas quebradas e há buracos no teto. Espaços têm papel importante no combate à violência urbana.

No Recife, é precária a situação das bibliotecas públicas. A Biblioteca Popular de Casa Amarela, na Zona Norte da cidade, por exemplo, costumava receber cerca de 50 visitantes por dia, mas o público é cada vez menor e não há sequer um bibliotecário no local. Na Biblioteca Popular de Afogados, Zona Oeste da capital, os mesmos problemas. A situação foi apresentada no Bom Dia Pernambuco desta terça-feira (27).
Em Casa Amarela, a estrutura da biblioteca pública danifica até mesmo o acervo do local. Janelas estão quebradas, algumas lâmpadas estão queimadas e há buracos no teto. A infiltração já destruiu mais de mil livros da coleção, que possui um total de 14 mil obras. Não há bibliotecário no local, por isso, metade do acervo está fora de catálogo. A biblioteca recebia ainda um encontro de poetas mensal, mas a verba foi cortada pela Prefeitura.
O universitário Marcos André Queiroz, que foi à biblioteca buscar livros e acesso à internet, conta que não encontrou rede e que o local pode melhorar. "As bibliotecas desenvolvem um papel fundamental, de incentivo à leitura", destaca.
Na Biblioteca de Afogados, a situação é semelhante. Na sala de leitura, os ventiladores e lâmpadas não funcionam. Enquanto isso, na sala de informática, nenhum dos nove computadores funciona. O local também não tem bibliotecário e, por isso, os livros ficam espalhados e fora de catálogo.
Murilo Cavalcanti, que é secretário de Segurança Urbana do Recife, pasta responsável pela administração das bibliotecas, explica o porquê de elas não serem vinculadas a setores como Educação ou Cultura. “A biblioteca tem um papel fundamental de reversão da violência urbana”, explica. “Pedi ao prefeito Geraldo Julio que essas duas bibliotecas ficassem com a pasta para ser criada uma rede de bibliotecas, pela paz e pela não-violência na cidade do Recife”, completa o secretário.
Cavalcanti reconheceu as dificuldades e garantiu que o prefeito da cidade, Geraldo Julio, vai assinar a ordem de serviço de reforma das bibliotecas ainda nesta semana. “É responsabilidade dessa gestão recuperá-las e entregá-las ao cidadão como um novo espaço, com uma dinâmica diferente, que a gente está chamando de biblioteca de convivência cidadã, para que a gente possa atrair o jovem”, pontua.
O secretário aponta ainda que a gestão pretende contratar bibliotecários, contadores de histórias e profissionais que criem novas dinâmicas dentro do ambiente, principalmente para as crianças. “O prazo de conclusão é até 31 de dezembro de 2015, para a gente entregar essas bibliotecas recuperadas. Queremos dar essa nova dinâmica, baseada em experiências que deram certo”, completa.
Fonte: www.g1.globo.com em 27.01.2015

sábado, 20 de dezembro de 2014

Gosto de livros', diz garota que pediu ida à biblioteca de presente de Natal

Maria Eduarda Caldeira dos Santos, menina que ganhou visita à biblioteca de presente de Natal (Foto: Rafael Bitencourt/ Secretaria de Ação Cultural de Piracicaba)
Maria Eduarda Caldeira dos Santos, de 5 anos, viajou 40 quilômetros nesta quinta-feira (18) para ganhar seu presente de Natal. Moradora de Rio Claro (SP), a menina que ainda não sabe ler foi a Piracicaba (SP) acompanhada do pai para entrar pela primeira vez em uma biblioteca. Recentemente, ela ganhou a viagem em uma campanha realizada por um shopping. "Gosto muito de livros", disse ao explicar a escolha.
O projeto ouviu estudantes entre 4 e 5 anos da rede pública de Rio Claro para saber o que eles gostariam de ganhar do Papai Noel. Um funcionário conversou com as crianças e escreveu as cartas ao Bom Velhinho. Maria Eduarda surpreendeu ao pedir uma ida a um lugar "grande", que "tivesse muitos livros".
O local escolhido foi a Biblioteca Municipal Ricardo Ferraz de Arruda Pinto, referência na região por contar com um acervo de mais de 80 mil títulos. Ao chegar ao local, a menina disse ter a Branca de Neve como personagem preferida, mas também gostou das histórias da Cinderela e de João e o Pé de Feijão. 
A pequena visitante foi recebida pela contadora de história Graziela Angelocci e ouviu da artista os detalhes de “Velhinho entalado na chaminé”, de Pedro Bandeira. Ao final do encontro, ela ganhou presentes como uma coleção de títulos de Monteiro Lobato, livros do Salão Internacional de Humor de Piracicaba, camiseta, cadernos e lápis.Incentivo em casa
Maria cursa a pré-escola e tem o gosto pela literatura incentivado em casa. O pai Marcelo Fernando dos Santos disse que ele e a esposa contam estórias para a filha desde cedo. “Somos evangélicos e quando vamos a livrarias com materiais da nossa religião, ela fica encantada. Ficamos muito felizes e, por isso, a incentivamos”, conta.

“Geralmente as crianças nessa faixa etária querem presentes materiais. Esperamos que ela continue com esse gosto (pela literatura) com o passar dos anos e sirva de exemplo para outras crianças”, comentou a secretária de Ação Cultural de Piracicaba, Rosângela Camolese.
Maria Eduarda Caldeira dos Santos, menina que ganhou visita à biblioteca de presente de Natal (Foto: Rafael Bitencourt/ Secretaria de Ação Cultural de Piracicaba )Menina ainda não sabe ler, mas é incentivada pelo pai desde cedo (Foto: Rafael Bitencourt/ Semac)
 Fonte: www.g1.globo.com em 18.12.2014

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Site disponibiliza 14 mil livros digitais para escolas e bibliotecas

Árvore de Livros cobra assinatura mensal e oferece relatórios de leitura para professores
 
Para popularizar a leitura entre os brasileiros, a Árvore de Livros (www.arvoredelivros.com.br) oferece 14 mil eBooks de mais de 100 editoras diferentes para instituições de ensino e bibliotecas. Por meio de assinatura mensal, a ideia é ampliar o acesso às publicações criando acervos digitais customizados. A plataforma também gera relatórios sobre os hábitos de leitura dos usuários.
 
Arvore
 
Cada instituição tem acesso a todas as obras e também pode fazer uma seleção das publicações que deseja disponibilizar, personalizando sua própria “árvore”. Os livros já vêm categorizados por faixa etária e gênero. Os usuários têm login e senha próprios e todo projeto possui um gestor, que recebe relatórios sobre os títulos lidos pelos cadastrados.
 
Um professor, por exemplo, pode acompanhar o avanço nas leituras de seus alunos por meio de gráficos que mostram, inclusive, o tempo que um determinado estudante gastou em cada parte do livro ou se deixou alguma para trás. “Com esse controle, é possível identificar dificuldades que o aluno apresente, como déficit de atenção”, explica João Leal, sócio-fundador e diretor de operações da empresa. O educador pode, ainda, usar a plataforma para recomendar bibliografia e propor exercícios online a fim de avaliar interpretações sobre as leituras.
 
Por se tratar de edições digitais, é possível fazer marcações e alterar o tamanho da letra. Além disso, os usuários podem interagir entre si para comentar obras e tirar dúvidas. Há, ainda, o recurso da tradução para Libras, possibilitando que pessoas com deficiência auditiva possam, também, usufruir da plataforma. Os eBooks podem ser acessados de qualquer dispositivo – computadores, tablets, celulares –, mesmo offline. 
 
Lançada em abril de 2014, a Árvore de Livros já firmou parceria com a Associação Brasileia dos Municípios e está presente em 350 bibliotecas públicas do país. “Em uma dessas instituições, a facilidade de acesso aos livros elevou a média de leitura dos frequentadores para 14,4 títulos por ano, enquanto a média nacional é de dois. Agora é a vez das escolas”, conta o diretor de operações.

Os pacotes da Árvore de Livros variam conforme o número de usuários, com preços entre R$ 2,50 e R$ 9,90 mensais por cadastrado. A meta é começar o ano atendendo dez redes municipais de ensino e escolas privadas melhor classificadas no ENEM, além de alcançar mil bibliotecas públicas.

Fonte: www.segs.com.br em 03.12.2014

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Biblioteca abriga 30 mil volumes em espaço precário


17/11/2014
Secretário de Cultura diz que não é intenção tira-la dos fundos da Casa de Cultura, apesar da falta de conforto e funcionalidade

A Biblioteca Pública Municipal “Dr. Fernando Furquim”, de Olímpia, abriga atualmente cerca de 30 mil volumes de livros diversos, novos e antigos, em situação e espaço bastante precários, nos fundos da Casa de Cultura “Álvaro Marreta Cassiano Ayusso”. E apesar do grande movimento observado ali e da falta de conforto e funcionalidade, o secretário municipal de Cultura, Guto Zanette, diz não ter ideia de tira-la de lá. A Biblioteca faz cerca de três mil empréstimos por mês.

“Temos vários projetos, mas não a ideia de tirar a biblioteca da Casa de Cultura”, disse ele. “Pretendemos fazer apenas algumas adaptações para o futuro”, complementa. Para ele, a biblioteca tem tido “andamento normal”, apesar da situação física em que se encontra. Os cerca de 30 mil livros existentes são fruto de doações, programas do Estado ou mesmo compras, com o rendimento das multas por empréstimo restituído fora do prazo.

Zanette pensa em “mudar o layout” da biblioteca, mas não tira-la dali, pelo menos por enquanto. Pensa, ao invés disso, num projeto itinerante, levando a biblioteca para os bairros. Mas reconhece que o espaço está pequeno para abrigar 30 mil livros. Além disso, falta nela uma bibliotecária, para catalogar, por exemplo, cerca de 200 volumes recebidos em doação que ainda puderam ir para as prateleiras ou serem melhor acomodados.

Recentemente foi feito concurso para a vaga, mas as duas inscritas não alcançaram o índice exigido. Hoje estão lá duas funcionárias, uma delas há 17 anos, mas uma bibliotecária é exigida por lei. Por isso a prefeitura terá que fazer novo concurso em breve. “Há livros mal acomodados por falta de quem catalogue, são mais de 200 volumes”, observa Zanette.

Quanto a tirar dali, Zanette alega que não há planejamento quanto para onde leva-la, embora reafirme que o local “está ficando pequeno”. Somente em um futuro não tão próximo o secretário admite tirar dali a biblioteca. Mas isso após “ter um prédio estratégico, estruturado, novo”.  Só assim, observa, haveria chance de a biblioteca municipal ser tirada da Casa de Cultura.
Fonte: www.planetanews.com.br em 17.11.2014

Sem cadastro e sem prazo, bibliotecas "livres" se espalham pelo país

Site mapeia trocas de livro e bibliotecas comunitárias pelo país – e ainda te ajuda a montar uma

Ler muito não necessariamente significa gastar muito, principalmente se você souber onde encontrar boas bibliotecas. E algumas das melhores são as que não exigem cadastro nem burocracia. São as “bibliotecas livres” – sistemas de empréstimos públicos ou comunitários que não exigem carteirinha nem data de devolução.
Encontrar essas bibliotecas é o trabalho do blog “Bibliotecas do Brasil”, que há dois anos mapeia iniciativas comunitárias de empréstimo ou troca de livros no país. O site ainda ensina como uma pessoa pode montar sua própria biblioteca livre, dando um pequeno tutorial e um modelo de cartaz que explica o funcionamento.

reprodução bibliotecas do brasil
O tutorial do Bibliotecas do Brasil ajuda quem estiver pensando em abrir uma "biblioteca livre".
Inspirado na ação do blog, o site Ciclovivo fez uma seleção com sete bibliotecas livres espalhadas pelo país. Reproduzimos abaixo.
Biblioteca Sem Paredes no Rio de Janeiro (RJ): Projeto que busca incentivar a leitura na cidade maravilhosa. Os eventos são realizados na Praça Edmundo Rego, no Grajaú. Saiba mais aqui.
Livro de Rua em Carapicuíba (São Paulo): Com apoio da Primavera Editorial, livros são espalhados no Parque Gabriel Chucri e ficam à disposição de quem passa pelo local. Os eventos ocorrem todo último domingo do mês. Saiba mais aqui.
Leitura na Praça em Belo Horizonte (MG): A iniciativa é a realizada mensalmente no primeiro domingo do mês na Praça Duque de Caxias, no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Saiba mais aqui.
Escambo de Livros em Salvador (Bahia): Realizado no Dique do Tororó, ponto de lazer conhecido da capital baiana, o escambo é realizado pelo movimento Navegue no Bem desde o ano passado. Saiba mais aqui.
Ler é Viver em Manaus (Amazonas): Fundado por uma funcionária pública, o projeto funciona dentro da recepção da Procuradoria da República no Estado do Amazonas. Saiba mais aqui.
Ciranda do Amanhecer em Tabuleiro do Norte (Ceará): Projeto de incentivo à leitura e à cultura local. De forma que possui biblioteca, espaço para leitura e exibição de filmes, além de eventos com música, dança e teatro. Saiba mais aqui.
Expedições Literárias – Bibliorodas no Distrito Federal: Formado por duas professoras, a iniciativa consiste em levar o conhecimento por meio de carrinhos de feira. As duas vão todos os sábados às feiras-livres da região distribuindo os livros. 
Fonte: www.catracalivre.com.br



Professor pede doação de livros para biblioteca de Ponta do Abunã

O projeto social idealizado pelo professor Marquelino Santana tem como objetivo arrecadar livros para ampliar o acervo da primeira biblioteca da região de Ponta do Abunã, Irma Gueno, localizada no distrito de Extrema de Rondônia.
Segundo Marquelino o nome da biblioteca é uma homenagem à primeira professora do distrito. Para quem deseja colaborar com o projeto fazendo as doações, os livros podem ser entregues na sede doRondoniaovivo.com, localizada na Avenida Joaquim Araújo Lima, (Abunã), Bairro Embratel entre as ruas Venezuela e Buenos Aires.
O projeto vai atender toda classe estudantil, crianças, jovens e adultos dos distritos de Nova Califórnia, Vista Alegre e Fortaleza do Abunã. interessados ligar no numero (69) 3229-8673 que vamos buscar as doações no local.
Fonte: www.rondoniaaovivo.com em 17.11.2014

sábado, 8 de novembro de 2014

Digitalizar colecções cria emprego e dá nova vida aos museus e bibliotecas

No momento em que o Parlamento acolhe os Dias da Memória, a responsável máxima pela Europeana, Jill Cousins, explica o que é esta gigantesca biblioteca digital, que quer tornar acessível e utilizável toda a herança cultural europeia. Até ao momento, já colocou online digitalizações autenticadas de mais de 32 milhões de peças.
O projecto Europeana 1914-1918, com o qual o Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa colabora, designadamente organizando os Dias da Memória que na sexta-feira se iniciam no Parlamento, é apenas uma das muitas iniciativas da Europeana, uma gigantesca biblioteca digital europeia lançada há cinco anos para concentrar e disponibilizar, em formato digital, toda a herança cultural partilhada ao longo dos séculos pelos países e povos da Europa, das mais famosas pinturas do Louvre a um livro de canções escrito por um soldado francês nas trincheiras da I Guerra e conservado pela sua família. Só de Portugal, a Europeana já recebeu digitalizações de quase 250 mil objectos. E espera que campanhas como esta, em torno da I Guerra, ajudem a dar visibilidade ao projecto e contribuam para aumentar as contribuições dos museus, bibliotecas, arquivos e outras instituições portuguesas.
Em poucas palavras, o que é a Europeana e quais são os principais objectivos do programa?
A Europeana quer transformar o mundo através da cultura. Criámos uma plataforma digital para a nossa herança cultural europeia, que reúne o património dos grandes museus, das colecções audiovisuais, dos arquivos e bibliotecas, e que educadores, investigadores ou programadores, mas também o público em geral, podem usar e partilhar gratuitamente. Através da Europeana, e graças ao trabalho de três mil instituições culturais, temos agora mais de 32 milhões de objectos disponíveis num só lugar, onde as pessoas os podem pesquisar, ou reutilizá-los noutros sites e aplicações.
Pode categorizar, com alguns exemplos concretos, os diferentes tipos de objectos que estão a ser digitalizados? 
Temos digitalizações autenticadas de pinturas, fotografias, livros e vídeos, enviadas por três mil bibliotecas, museus, galerias e arquivos. De Portugal, por exemplo, dispomos neste momento de 234.859 itens, que incluem uma representação significativa das colecções de algumas das mais importantes instituições portuguesas de salvaguarda da herança cultural. Do Museu Nacional dos Coches incluímos recentemente 48 imagens dos belíssimos coches ali conservados. Temos também, por exemplo, 68 objectos do Museu Nacional do Azulejo – gosto particularmente dos painéis de azulejos com vistas de Lisboa antes do terramoto –, que foram entretanto integradas nosite museums.eu, o que constitui um excelente exemplo do modo como o conteúdo da Europeana pode ser reutilizado.
Mas os conteúdos vindos de Portugal não se limitam ao domínio museológico. Recebemos 172 peças do Instituto de História Contemporânea (IHC) da Universidade Nova de Lisboa, sobretudo digitalizações de objectos, fotografias e documentos relacionados com a presença portuguesa na I Guerra, um conjunto que tenderá a expandir-se porque o IHC é nosso parceiro nos Dias da Memória organizados no âmbito do Europeana 1914-1918. Das colecções digitais da Biblioteca Nacional temos mais de 12 mil textos e imagens, incluindo manuscritos, livros raros e mapas. E, no domínio dos arquivos audiovisuais, temos 453 peças da Cinemateca.
Há uma estimativa do número de peças que deveriam ser digitalizadas e reunidas para o programa cumprir plenamente a sua missão? E caso esse objectivo ideal tenha sido calculado, quão longe está a Europeana de o atingir?
Nos cinco anos desde que o programa foi lançado, já disponibilizámos no site Europeana.eu digitalizações de mais de 32 milhões de peças da nossa herança cultural, o que é um feito considerável, mas que representa apenas 12% de todo o material já digitalizado nos diversos países europeus, que, por sua vez, corresponde a apenas 10% de tudo o que seria pertinente digitalizar.
Temos um longo caminho a percorrer. Os obstáculos prendem-se sobretudo com questões de direitos de autor, mas há outros, como a necessidade de garantir a interoperacionalidade e a uniformização das colecções digitais. Esta é de facto a razão subjacente para a importância da Europeana: conseguir que o material digital atravesse as fronteiras, para que possamos dispor da nossa herança europeia do mesmo modo que usufruímos do nosso património nacional.
Esforçamo-nos para dar às pessoas conteúdo de alta qualidade, com informações claras relativas a direitos, de modo que saibam como podem dispor dele ou reutilizá-lo de forma criativa e inovadora.
Quais são as principais vantagens de ter todo esse património cultural europeu virtualmente reunido num só lugar?
Vermos a herança cultural que partilhamos e, mais importante ainda, pô-la a funcionar como um todo, de modo a que um investigador possa chegar rapidamente a tudo o que se relacione com Vasco da Gama – mapas, documentos, retratos –, ou com Amália Rodrigues, ou com as pinturas de Nuno Gonçalves, que estão dispersas por toda a Europa, em diferentes instituições e colecções, sabendo que está a lidar com documentos autenticados.
Diria que a prioridade é garantir que a Europeana reúna o máximo de informação possível, ou o programa deveria focar-se mais em organizar e disponibilizar o material que já tem?
Ambas as coisas são necessárias. Mas é preciso perceber que aquilo que há cinco anos era utilizável, já não o é para os tablets e outros equipamentos actuais, de modo que uma função central da Europeana é criar nas instituições dos diferentes países a consciência de que é necessário garantir a qualidade das digitalizações.
Colocar na Internet uma enorme quantidade de dados e, ao mesmo tempo, garantir que um investigador encontra facilmente o que procura, seja a reprodução de um retábulo medieval ou a imagem de um cantil usado por um soldado português nas trincheiras da I Guerra, deve levantar desafios técnicos complexos.
Tem razão em achar que o processo é complexo. Desenvolvemos internamente modos de melhorar os padrões de meta-dados para que a procura se torne mais fácil e criamos novos sistemas em nuvem para organizar e divulgar o material digital. Este nível de complexidade, e a impossibilidade de apresentar conteúdos de modo a que satisfaçam simultaneamente uma criança de escola e um investigador, é uma das razões principais para a Europeana estar a migrar de um portal para uma plataforma. Um lugar onde outros possam construir.
Para mantermos o nosso sucesso, temos de reconsiderar o objectivo inicial de criar um museu, biblioteca e arquivo da Europa com um só acesso. Continuamos a achar que é uma boa ideia, mas a tecnologia permite-nos fazer muito mais e teremos de nos esforçar por satisfazer as expectativas dos utilizadores.
As pessoas querem reutilizar este material, brincar com ele, interagir com outros utilizadores e participar na criação de algo novo. Para o permitir, teremos de começar a comportar-nos como uma plataforma: um lugar não apenas para se visitar, mas onde se pode brincar e construir. Dar a conhecer o que pode encontrar-se na Europeana continua também a ser importante e estamos a experimentar um novo modo de apresentação através de canais. O Europeana 1914-1918 é um bom exemplo de um desses canais.
Todo o material disponível na Europeana é de uso livre? Se um investigador quiser, por exemplo, usar algumas imagens num livro ou num artigo online, pode fazê-lo citando apenas a origem, ou há restrições? 
A generalidade do material sobre a I Guerra está sujeito a algum tipo de licença Creative Common e pode, com atribuição de autoria, ser facilmente usado por investigadores e jornalistas. E trabalhamos para garantir que a maioria do material que agregamos inclua uma correcta informação sobre os respectivos direitos de utilização. Além do botão “posso usar?”, o utilizador dispõe da possibilidade de excluir imagens de uso restrito ou pedir uma autorização expressa à instituição que as enviou.
Acreditamos que há muito a ganhar, nos planos económico e social, em abrir a nossa herança cultural. Mas também defendemos que o criador deve ser recompensado, de modo que somos muito cuidadosos no respeito pelos direitos de autor.
A crise económica e financeira está a ter algum impacto negativo no programa? Penso não só nos fundos europeus disponíveis, mas também nos níveis de contribuição das instituições sediadas em países mais afectados pela crise, como Portugal. 
É inevitável que um projecto com esta dimensão acuse o impacto desses factores externos, mas o forte empenho das instituições culturais tem-nos permitido aumentar as nossas colecções. Em 2011 tínhamos 19,5 milhões de itens, hoje temos mais de 32 milhões. Digitalizar também tem a vantagem de criar emprego e de dotar as pessoas de novas competências.
Vários países usaram os fundos estruturais para digitalizar o seu património cultural, em detrimento da construção ou renovação de estradas e outras infra-estruturas físicas. Em Portugal, como noutros países, os museus podem enfrentar desafios financeiros, mas reconhecem as vantagens de que os seus tesouros sejam vistos e usados por mais pessoas. Nestes últimos anos, os conteúdos enviados pelos nossos parceiros portugueses quase dobraram.
Um dos programas lançados pela Europeana é dedicado a lembrar a I Guerra no ano do seu centenário: o Europeana 1914-1918. Até ao momento, os resultados deste projecto estão a corresponder às expectativas?
Sim! O que o Europeana 1914-1918 tem de melhor é que liga o indivíduo ao seu lugar na Europa e a sua história pessoal à do Estado. O programa cruza meio milhão de documentos raros, únicos, inéditos, digitalizados por instituições de mais de 20 países, com a memorabilia pessoal e as histórias familiares. Começámos a reunir histórias pessoais na Alemanha, há três anos, e no final de 2014 teremos estado em 22 países. Até agora, coligimos 150 mil histórias. Graças à Biblioteca Nacional portuguesa, nosso parceiro de longa data, e ao enorme empenho da professora Fernanda Rollo, do Instituto de História Contemporânea, que organiza os Dias da Memória no Parlamento português, esperamos agora grandes coisas de Portugal.
No âmbito do Europeana 1914-1918, parece ter havido um grande investimento nestes Collection Day (Dias da Memória, em Portugal). São uma componente importante do projecto?
São iniciativas que realmente ligam as nossas histórias pessoais às narrativas oficiais do período. E como estes relatos vêm de pessoas que correram mundo, não se movem apenas no interior das versões nacionais da verdade. Para citar um desses testemunhos, deixado pelo soldado Léon Verneau e recolhido num Collection Day organizado em França: “Vi povos estrangeiros, países e continentes, e tudo isto graças à guerra”. Apesar de ter sido gravemente ferido em Verdun, escreveu um livro de canções, que ilustrou com desenhos.
Através dos Collection Day, familiares e amigos que herdaram essas recordações têm a oportunidade de partilhar peças históricas que doutro modo estariam nalgum sótão a ganhar pó. Através da digitalização, podem preservar para as futuras gerações esses registos de um período decisivo da história europeia.
Está satisfeita com o material relativo à I Guerra já recolhido e digitalizado em Portugal? E parece-lhe que a informação respeitante à frente africana, nas então colónias de Moçambique e Angola, poderá ser especialmente interessante, iluminando uma dimensão menos estudada do envolvimento português no conflito?
Precisamos de muito mais material e esperamos que esta campanha ajude. Estamos também a tentar usar alguns programas europeus para financiar as digitalizações. Gostaria de promover Collection Days em Angola, Moçambique e noutros países do mundo que foram envolvidos na guerra, e teria muito prazer em falar com qualquer instituição que esteja disposta a ajudar. O Europeana 1914-1918 deve representar todos os lados e perspectivas do conflito: anti-guerra, pró-guerra, países neutrais e nações beligerantes, as frentes internas e os campos de batalha.
Pensa que as bibliotecas e arquivos tradicionais, ainda que fundamentais para a conservação da nossa herança cultural, tenderão a perder relevância enquanto lugares de investigação? E que projectos como a Europeana servirão mais eficazmente as necessidades das futuras gerações de investigadores?
O que creio é que este projecto mostra a importância de se expor as colecções das bibliotecas e arquivos, religando essas instituições aos cidadãos. Penso que devem digitalizar e mostrar o mais possível as suas colecções, para que os utilizadores actuais e futuros saibam que elas existem e incorporem esse conhecimento que foi sendo construído e autenticado ao longo dos séculos. Sabemos hoje que digitalizar e tornar essas digitalizações disponíveis dá às instituições uma nova vida e novos públicos. E precisamos das competências organizativas e de investigação dessas instituições no mundo online, tal como precisamos delas offline.
O facto de vários países que colaboram com o Europeana 1914-1918 terem estado em lados opostos durante a guerra levantou problemas? Acha que cem anos são uma distância segura e que as coisas poderiam ser diferentes se lançassem, digamos, um Europeana 1939-1945?
É uma questão interessante. Deliberadamente, começámos os Collection Day na Alemanha, em 2010, para medir a temperatura, e a resposta foi tão extraordinária que soubemos que tínhamos de continuar. Como depois foi espantosa a resposta da Irlanda, que enviou os seus soldados para a guerra enquanto heróis britânicos e depois não acolheu bem o seu regresso à República irlandesa pós-levantamento de 1916. Tivemos 700 pessoas num só Collection Day, e oito mil visitaram em Setembro o Trinity College, em Dublin, onde se promoveu outra iniciativa semelhante. As pessoas querem contar as suas histórias. Quanto à II Guerra, tenho pensado em como a abordar… é uma questão sensível e que talvez precise da passagem do tempo.
Notícia corrigida às 14h50: o Instituto de História Contemporânea pertence à Universidade Nova de Lisboa e não à Universidade de Lisboa